quinta-feira, 26 de novembro de 2009

GARRAFA DE COCA-COLA



A internacionalmente amada garrafa de Coca-Cola foi concebida por Alexander Samuelson, um soprador de vidro sueco, que trabalhava na Root Glass Company, com sede em Terre Haute, no Indiana. A sua forma torneada foi patenteada em 1915 e lançada no mercado em 1916. Samuelson retitou a sua inspiração de uma ilustração de um grão de cacau da Encycloaedia Britannica. Para além disso, a sua forma esguia destinava-se a destinguila da concorrência, a ser reconhecida no escuro ou mesmo quando partida. As suas ranhuras verticais paralelas, o centro mais largo e o estreitamento das extremidades permitiram que a garrafa de vidro fosse patenteada e a sua marca registada pela originalidade da sua forma. O vidro que, originalmente, continha areia que lhe conferia um tom esverdeado, mudou de cor ao longo dos tempos, embora a forma da garrafa se mantenha fiel à original. A Coca-cola foi vendida pela primeira vez em 1886 numa drugstore de Atlanta. A bebida foi criada pelo farmacêutico Dr. John Pemberton e o nome foi-lhe dado pelo seu contabilista, Frank Robinson, que também desenhou o primeiro logótipo, criando um dos logótipos mais duradouros da história. Em 1899, a Coca-Cola foi engarrafada pela primeira vez, depois de ter vindo a ser vendida à pressão durante mais de uma década. Devido à sua garrafa banal, a Coca-Cola era frequentemente imitada. A garrafa estilizada veio alterar esse facto. Nessa altura, a bebida tinha-se tornado numa das mais populares bebidas de pressão em toda a América. A garrafa de Coca-Cola ilustra o poder da identidade de uma marca. À medida que a bebida se espalhou pelo mundo, demonstrando o poder sem fronteiras da cultura americana, a garrafa foi apresentada com o seu lettering característico em inúmeros idiomas, impondo a marca em todo o mundo. São raros os modelos de embalagem que tenham sobrevivido a ciclos económicos, políticos e culturais. A garrafa tornou-se numa peça de coleccionador, objecto de culto, tema para artistas e, essencialmente, objecto de estudo para todos os que se interessam por marcas. O modelo arqueado passou por diversas versões, incluindo várias actualizações da sua forma. O exemplo mais conhecido é a garrafa de tamnha gigante criada em 1955 por Raymond Loewy que desempenhava o cargo de consultor de design. O modelo de Samuelson é frequentemente utilizado como base para exercícios de marketing e muitos designers foram abordados no sentido de darem a esta forma emblemática um toque pessoal da sua criatividade. A Coca-Cola vende mais de 47 mil milhões de garrafas por ano e a garrafa original mantém-se guardada para desenvolvimento de imagem. Em 1993, o modelo estilizado clássico de Samuelson foi transposto para plástico, provando assim capacidade deste ícone cultural de suplantar o material e as mudanças tecnológicas.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

TOBLERONE



A Toblerone é umas das mais antigas marcas que se manteve praticamente inalterada desde a sua criação, em meados do século XIX. O seu nome e formato distinto são reconhecidos no mundo inteiro como símbolo do chocolate suíço. Em 1867, Jean Tobler abriu a Confiserie Spéciale, a sua primeira loja de chocolate em Berna, Suíça, Em 1899, o chocolate de Tobler tinha tanta procura que o próprio conseguiu abrir uma fábrica de chocolates. No entanto, a marca TOBLERONE foi criada apenas quando o seu filho Theodor e o seu primo Emil Baumann elaboraram a receita de chocolate de leite com nougat de amêndoa e mel em 1908. O seu nome surgiu de uma junção do nome Tobler e torrone, palavra italiana que significa "nougat". Theodor patenteou o processo de fabrico em 1906 e registou a marca em 1909, bem como a sua forma e embalagem originais. O TOBLERONE foi então o primeiro chocolate a ser patenteado. Diz-se que a forma piramidal dos pedaços de chocolate evoca o perfil triangular do Matterhorn, um pico dos Alpes suíços. A embalagem exterior sofreu algumas ligeiras alterações: em 1920 apresentava uma águia, que posteriormente foi substituída por um urso, o animal heráldico da cidade de Berna. Mas em 1930, a águia voltou a ser incluída na embalagem, segurando uma bandeira "Tobler T", uma vez que não era permitida a utilização de símbolos suíços nestes produtos. Por volta de 1970, o característico tipo de letra TOBLERONE tornou-se maior e preenchia toda a área da embalagem, com um triângulo simplificado e abstracto, representando o pico Matterhorn nos topos. O tipo de letra é um dos elementosque reconhecemos de imediato, uma vez que esta combinação de estilo e cor tem sido utilizada desde a sua criação. Actualmente, o grafismo da embalagem exterior foi ligeiramente actualizado, atribuindo o devido lugar de destaque ao pico Matterhorn, e incluindo novamente o urso. A fábrica original da Tobler faz actualmente parte da Universidade de Berna, mas a sua nova fábrica ainda se encontra na cidade, produzindo cada barra de TOBLERONE para distribuição a nível mundial.

LADDER BACK MACKINTOSH


A influente carreira de Charles Rennie Mackintosh fez dele um dos mais importantes designers britânicos do design do séc. XX. Depois de se licenciar na Escola de Arte de Glasgow, Mackintosh começou a trabalhar para o recentemente fundado atelier de arquitecturade Honeyman and Keppie, em 1890. Alguns anos mais tarde, os seus primeiros designs de mobiliário e de decoração ajudaram-no a ganhar o prestigioso concurso para uma nova Escola de Arte em Glasgow, que, por sua vez, atraiu a atenção dos editores das influentes revistas de design The Studio e Dekorative Kunst. Com uma credibilidade instantânea atribuída pelas revistas, Mackintosh ganhou um convite para apresentar o seu trabalho em Viena, na exposição da Secessão de 1900, ganhando assim renome internacional e a aceitação em pé de igualdade com nomes como Koloman Moser e Josef Hoffmann. Entretanto, à medida que a escola de arte ganhava forma em Glasgow na viragem do século, o editor Walter Blackie contactou Mackintosh para projectar a sua casa, a Hill House, em Helensburgh, nos arredores de Glasgow. Blackie sentia-se atraído pela visão do design de Mackintosh, que consistia na concepção total da casa por uma única pessoa, desde o edifício, passando pela cautelaria, até às maçanetas das portas. A cadeira Ladder Back foi concebida por Mackintosh para o quarto de Blackie. Afastando-se do naturalismo orgânico da Art Nouveau, Mackintosh adoptou para esta cadeira uma geometria abstracta inspirada nos padrôes rectilíneos do design japonês. O seu interesse residia no equilíbrio de opostos, tendo, por isso, escolhido uma estrutura em madeira de freixo pintada de preto que contrasta com a parede branca. O peso aparentemente desnecessário da cadeira foi definido para salientar as qualidades espaciais da divisão. Para Mackintosh, o efeito visual de um conjunto totalmente integrado era mais importantedo que a qualidade da execução e a verdade dos materiais que os seus contemporâneos do movimento Arts and Crafts estavam a advogar na altura na Grâ-Bretanha. Aplicou princípios semelhantes na concepção de diversos salões de chá para Catherine Cranston, em Glasgow. Mackintosh deixou a Honeyman and Keppie em 1913. Tentou impor-se como um arquitecto independente, mas foi difícil atrair muito mais encomendas de mobiliário. Começou a pintar e retirou-se para o sul de França em 1923, tendo falecido em 1928 em Londres. A cadeira Ladder Back, originalmente fabricada à mão foi, mais tarde, reeditada pelo fabricante italiano Cassina, que também produziu uma série de modelos de cadeiras e mesas concebidos por Mackintosh.

POLAROID


Poucas invenções podem ser atribuídas apenas a uma única pessoa, mas a fotografia instantânea pode ser exclusivamente atribuída a Edwin Land. A câmara Polaroid Modelo 95 de Land foi concebida especificamente para imprimir o filme fotográfico Polaroid, que produzia uma fotografia num minuto. A câmara era o modelo tradicional de fole dobrável, apesar de possuir uma dimensão considerável para conter o filme. A parte importante da câmra estava na sua parte posterior, que continha os rolos que possuíam uma cápsula especial de reagente de processamento que se espalhava sobre a prova. O reagente continha um revelador e um fixador. Quando o processamento estava concluído era aberta uma tampa na máquina e a prova impressa era destacada do negativo. Land era um inventor e empresário de sucesso e formou a Polaroid Corporation em 1937 para fabricar e comercializar os seus filtros e os artigos que os utilizavam. Land imaginou um processo de fotografia instantânea em 1944 quando, de férias com a família, a sua filha Jennifer perguntou porque não podia ver as fotografia simediatament. Começou imediatamente a trabalhar na questão e mais tarde referiu que a máquina, o filme e os produtos químicos a utilizar haviam sido concebidos em apenas uma hora. A fotografia instantânea da Polaroid foi apresentada à Optical Society of America em Fevereiro de 1947 e começou a ser comercializada em 26 de Novembro de 1948 a um preço de 89,75 dólares. Foi seguida por uma gama de máquinas similares e por materiais de revelação instantânea e, em 1963, foi anunciado o filme de fotografias instantâneas a cores Polaroid. O processo Polaroid manteve-se na liderança apesar das tentativas da Eastman Kodak, da Fugi e da Agfa de entrarem no mercado. A partir de meados dos anos de 1990 com o advento da fotografia digital a preço acessível, o mercado da Polaroid diminuiu rapidamente e, com ele, a sorte da empresa.

BOLLE


Tapio Wirkkala criou as multicoloridas jarras Bolle para a empresa italiana Venini que , em meados dos anos 1960, lhe pediu para conceber novas peças de vidro usando métodos tradicionais. Estas jarras são notáveis pelo sentido subtil de equilíbrio que Wirkkala conseguiu ao combinar tiras coloridas de diferentes espessuras dentro do volume e do seu perfil cuidadosamente delineado.Ao nível do estilo e da técnica são também muito diferentes das peças que Wirkkala realizou para a empresa finlandesa fabricante de vidro iittala. Estas eram normalmente feitas de vidro transparente, soprado ou moldado, com alguma espessura para evocar formas naturais como por exemplo cogumelos, folhas ou gelo. As jarras Bolle foram um ponto de viragem para Wirkkala, que recorreu à técnica incalmo, uma técnica vidreira do século XVI usada na indústria vidreira de Murano, em que duas massas de recipientes de vidro em chamas, normalmente de cores diferentes, são sobrepostas para criar uma única peça. As diferenças entre o trabalho finlandês e italiano de Wirkkala podem ser consideradas de dois pontos de vista. Em Itália, conseguiu abandonar em grande medida a necessidade que tinha de dizer algo sobre a Finlândia e sobre a natureza finlandesa. Conseguiu também trabalhar segundo uma tradição vidreira diferente, com receitas para o vidro diferentes e um conjunto diferente de aptidões artesanais. Durante o tempo em que colaborou com a Venini, Wirkkala decidiu explorar estas diferenças usando uma gama de cores e uma espessura mais fina, opções não disponíveis na Finlândia. Na Finlândia, o seu trabalho era muito impulsionado pelo desejo de evocar sentimentos sobre a sua pátria, daí a sensação de peso e, aparentemente, de frio. Por outro lado, as suas criações para Venini eram abstractas, normalmente mais finas e muito mais coloridas. Apesar disto, paradoxalmente, parece muito mais reprimido. As jarras Bolle são uma das colecções mais populares da empresa praticamente desde que foram criadas.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

UTEN.SILO



Incarna o espírito de aventura e experimentação do design em plástico dos anos de 1960. Moldado a partir de uma única peça de plástico ABS, demonstra perfeitamente o que o plástico é capaz de fazer, bem como as suas qualidades e capacidades. Com as suas cores claras e reluzentes, em preto, branco, laranja e vermelho e a sua superficie amolecida, só poderia ter sido fabricado neste material. O Uten.Silo tornou-se imediatamente um best-seller, em parte porque espelhava com grande êxito a mudança do estilo de vida que se vivia na época. A ideia de expor os pequenos objectos úteis de uma forma lúdica e ao mesmo tempo extremamente organizada, em 32 ranhuras, bolsas, gamchos e clips seduzia sobretudo a nova geração de jovens proprietários. Dorothée Becker, que não tinha formação nem como designer ou artista, teve inicialmente a ideia para um brinquedo que consistia numa grande peça de madeira com entalhes de forma geométrica e elementos que encaixavam. Becker afirmou: "O objectivo consistia em fazer com que as crianças se interessassem pelas formas geométricas durante as brincadeiras." No entanto Becker abandonou a ideia do brinquedo quando os seus próprios filhos não se interessaram pela sua criação. A inspiração subjacente ao design final do Uten-silo também ficou muito a dever às próprias recordações de infância de Becker.O Uten.Silo foi originalmente baptizado de "Wall-All" e produzido inicialmente pela Ingo Maurer (anteriormente conhecida como Design M), a empresa fundada pelo seu marido, o designer Ingo Maurer.
Após o seu estrondoso sucesso inicial, a produção do Uten.Silo foi interrompida em 1974 à medida que o plástico ia perdendo o seu encanto devido à crise petrolífera. Uma versão mais pequena, o Uten.Silo II, foi fabricada em 1970 por Ingo Maurer, mas também esta foi descontinuada em 1980. Em 2002, o Vitra Design Museum reeditou o Uten.Silo e também voltou a apresentar a versão mais pequena, bem como uma versão em plástico cromado.